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Blog cervejeiro do Litoral Santista.  Homebrew de Santos-SP.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Espuma & Colarinho de ouro

 EM BUSCA DA ESPUMA PERFEITA

 Bem, antes de mais nada vale lembrar que formação e retenção de espuma são coisas distintas. A primeira depende basicamente da carbonatação efetuada (via priming ou forçada com um cilindro de CO2), enquanto a segunda, mais importante, é o quanto de tempo que essa espuma conseguirá se manter no copo.
Ou seja, fazer espuma é simples, difícil é mante-la no copo e é exatamente sobre a retenção que versam a maior parte das dicas nessa postagem de hoje.
A espuma da cerveja é uma característica de grande importância, seja pelo visual que ela apresenta ou por sua importância na qualidade do produto, já que um belo colarinho é um dos parâmetros para se identificar uma boa cerveja.
A espuma também serve para manter compostos se sabor e aroma dentro da cerveja além de evitar a sua oxidação ao reduzir o contato com o ar.
Aqui a minha Weizenbier com uma excelente espuma! 
Cervejas mais proteicas tendem a gerar uma espuma mais persistente.
As proteínas formam uma espécie de película protetora ao redor de suas bolhas de espuma mantendo-as vivas por mais tempo.
Vale ressaltar que além das proteínas existem muitos outros fatores e compostos a considerar que podem auxiliar ou prejudicar a retenção de sua espuma. Vamos a eles:
  1. Evitar água com elevada quantidade de nitratos. Eles prejudicam a estabilidade da espuma.
  2. Evitar fazer um repouso protéico (50-55°C) desnecessariamente, ou seja, quando não estiver usando grãos ricos em proteína como aveia, trigo e cevada/centeio/trigo não malteado.
  3. Evitar uma superdosagem de “finnings” como Whirfloc, em geral esses agentes ajudam na clarificação da cerveja ao decantar proteínas, porém se usados em excesso podem remove-las em excesso o que prejudicaria a espuma.
  4. Evitar fervuras excessivamente longas/intensas pois decantam mais proteínas (Hot-Break) causando o mesmo efeito de uma superdosagem de “finnings”. Na minha experiência penso que o ideal é “mirar” entre 10 e 15% de evaporação.
  5. Caprichar no lúpulo. Quanto mais amarga for a cerveja maior será a concentração de iso-alfa-ácidos que auxiliam na retenção de espuma.
  6. Faça cervejas mais leves. Cervejas mais alcoólicas tendem a ter uma retenção pior de espuma.
  7. Não utilize detergente ou outros produtos com óleos e gorduras. Eles são os maiores inimigos de um colarinho vistoso. Pessoalmente sugiro não lavar nem sua panela com detergente apenas uma boa esfregada (sem arranhar) com água é o suficiente para remover todas as sujidades. Na hora de servir o copo também deve ser bem enxaguado se foi limpo com detergente.Uma dica para saber se um copo foi bem lavado é servir a cerveja olhar a lateral. Se algumas bolhas estiverem presas é mal sinal pois indica que sobrou espuma do detergente ou até mesmo sujidades.
  8. Faça um controle adequado de sua fermentação. Dentre as medidas importantes faça o possível para prevenir a criação de alcoóis superiores, eles são malignos para a espuma. Para isso mantenha a sua temperatura de fermentação no limiar mais baixo e evite fazer uma inoculação abaixo do ideal. Além disso, quando a célula da levedura fica estressada (normalmente por aeração ruim, inoculação baixa e alta densidade da cerveja) ela secreta substâncias que prejudicam a retenção de espuma.
  9. Usar nitrogênio pois suas bolhas são menores que as de CO2 gerando uma espuma com menos gás e mais líquido e por conseguinte muito mais cremosa. Essa “tática” é utilizada pela renomada Stout da Guiness que costuma vir com uma cápsula de nitrogênio dentro da latinha que ao ser aberta cria um efeito cascata bastante apreciado.
Se ainda assim o resultado obtido for ruim o jeito é apelar e servir sua cerveja em um copo alto e fino que notoriamente valoriza a formação e retenção de espuma (ainda que tal copo não seja indicado para determinados estilos.)

 1- Maltes e grãos ricos em proteína

É dito que uma pequena porção (uns 5% ou mais do seu “grist”) de algum desses grãos colabora para a sua espuma. Exemplos:
  • Malte Carapilsen
  • Malte de Trigo
  • Malte de Centeio
  • Aveia
  • Grãos não malteados (centeio,trigo, cevada…)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Recuperação Levedura

Recuperando Levedura

Como reaproveitar as suas queridas leveduras

Esterilize a vidraria que ira armazenar as leveduras.
No meu caso foram 2 potes tipo maionese.
Leveduras Fermentis S-04 recuperadas de uma cerveja STOUT.
Aqueça os 2 erlenmeyer com aproximadamente 500ml cada até levantar fervura.
Obs: A maioria dos Erlenmeyerpodem ir direto na boca de chama do fogão!
Resfrie a agua dos erlenmeyer até abaixo de 30°C.
Misture a agua na lama do fermentador para dilui-la.
Transfira a mistura de volta para os erlenmeyer.
Deixe na geladeira de 20 à 30' a lama diluída até verificar a divisão das fases.
Descarte a agua com cerveja e leveduras extra-ativas - (1º camada) 
Coloque no pote esterilizado a camada de leveduras boas - (2ªcamada)
Descarte as leveduras inativadas e restos de fermentação - (3ª camada)
Pronto, você tem suas leveduras prontas para a batalha faltando apenas propaga-las antes da próxima utilização.

Colocarei fotos em breve

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

1ª Brassagem


Janeiro 2016

Cerveja Sweet Stout "UNIQUE"


Seleção dos Ingredientes:

Extra Black Malte (150g) = Toque de tostado e café.
Chocolate Malte (150g) = Toque achocolatado e aveludado.
Roasted Malte (100g) = Bota + preto nessa cor e aroma tostado .
Cara Aroma (300g) = Aumentando o perfil de aroma maltado.
Caramel Amber (200g) = Melhorando a sustentação da espuminha maravilhosa.
Cara Red (200g) = Encorpando a cervejassa.
Pilsen (4,5Kg) = A base de tudo, frutado e adocicado.

Obs: valores aproximados dos maltes, adequar ao seu gosto e suas intenções!
Lúpulo Amargor NUGGET (20g) 9,9% Origem = Norte Americano
Lúpulo Aroma SAAZ (15g) 3,5% Origem = Alemanha
Whirfloc (1pastilha/20L) - Opcional : clarifica o mosto precipitando o trub após a fervura.

Açúcar Mascavo (250g) - Opcional: aumenta o corpo e o OG inicial da sua cerveja.
Levedura Fermentis S-04

Inicio 22/01/2016

Moagem:

Moer demais os grãos prejudica na filtragem do mosto.
Moer pouco reduz a extração.
Ideal = Expor o interior dos grãos sem prejudicar a casca do malte.

Observação/Melhoria: Na próxima moagem, terei o cuidado de moer cada qualidade de grão separadamente. Os meus grãos Extra Black eram bem menores que os Pilsen dificultando a moagem, os demais eram bem próximos.

Fervura da agua:

A água utilizada foi da qualidade "super torneiral", obviamente tratada no filtro de carvão ativado la de casa e pré fervida para ajudar na eliminação do cloro.
Não tive nenhuma dificuldade com a água premium torneira de Santos. Parabéns à SABESP.
Já as águas de galão... não digo o mesmo devido a sua rastreabilidade! Comigo NÃO. Até Uísque estão falsificando nos dias de hoje; água então kkkkkk, aquele abraço.

Observação/Melhoria: Ferverei a agua um dia antes da próxima vez.

Brassagem:



Tudo pronto, base montada no "apertamento" (panela, mangueiras,fermentadores,baldes, etc...)
Agua a 68ºC.
Utilizei apenas malte puro; por esse motivo fui direto à etapa dos 62°C~65ºC.
Após 1 hora elevei a temperatura para os 70°C~72°C e mantive por 30'

Teste do IODO

Tudo OK. A tintura de iodo 2% não reagiu como mosto.

 Mash Out

Finalizei com o Mash Out a 75 à 78°C.

Filtragem e Clarificação do mosto.

Hora da bagunça
Escumadeira e jarra em mãos.
40' de sofrimento vertendo a jarra de mosto na escumadeira para não gerar caminhos preferenciais na cama de grãos. É gota e respingadeira para todo lado... no fogão, no chão e na bagaça toda!

Observação/Melhoria: Já comprei minha bomba de maquina de lavar e irei implementar para a próxima brincadeira.

Fervura - Adição do Lúpulo, Whirfloc e do Açúcar Mascavo Invertido (250g).

De volta para panela. A boca do fogão com tripla chama demorou quase 1/2hora para elevar a temperatura à 100°C.
Lúpulo NUGGET 9.9% (Americano) na panela aos 60' para o fim > Amargor
Whirfloc aos 15' para o fim da fervura
Chiller na panela aos 15' para o fim da fervura a fim de esterilizar a bagaça. (Previamente lavado no box e um alcoolzinho 70° para sanitizar... o seguro morreu de velho.
Lúpulo SAAZ 3.9% (Alemão) na panela aos 10' para o fim > Aroma
Lúpulo SAAZ 3.9% (Alemão) na panela aos 5' para o fim > Aroma

Observação/Melhoria: Não deixar a mangueira do chiller encostar na chama novamente! Que perrengue... água para todo lado e cozinha empesteada com o cheiro de gás. De resto lindamente lindo o espetáculo de aromas durante esta etapa!

Resfriamento do mosto. 

Chiller de parabéns! Em 20' meu mosto estava abaixo dos 30°C.
Medição OG Inicial = 1065
IBU aproximado = 30
Cor 40+
Observação/Melhorias: Abaixar mais a temperatura com o auxilio do freezer! Sofrer para que com gelo, outro chiller, etc? Moro num apartamento... basta fechar tudo direitinho para não haver contaminação e pronto!

Inoculação das leveduras


Inoculada a levedura S-04 à 27°C em 500ml de mosto. Aguardei 15' e depois inclui no fermentador junto com o mosto previamente aerado. Para aerar deixei o mosto cair da altura de 1m da panela para o balde e depois passei ao fermentador (tudo previamente sanitizado).

Observação/Melhoria: Não atenuou até o esperado. A atenuação foi até 1030 sem as devidas correções do refratometro. Estou estudando a propagação de leveduras (num próximo post) e o reaproveitamento da lama. Não descarto a possibilidade de um fermento mais tolerante ao álcool... quem souber a melhor solução para a cerveja chegar ao ABV de uma imperial, ficarei agradecido.

Fermentação

Deixei a levedura agir por 7 dias a temperatura de 16 à 19°C obtendo os seguintes resultados:

Dia 1 OG=1065
Dia 2 OG=1045    Sedimentos= Turvo   Obs.: Inicio de aroma de cerveja
Dia 3 OG=1038    Sedimentos= Turvo e elevado nível de suspensão granulada
Dia 4 OG=1035    Sedimentos= Liquido com menos sedimentos e aspecto ainda turvo
Dia 5 OG=1034    Sedimentos= Turvo
Dia 6 OG=1031    Sedimentos= Turvo
Dia 7 OG=1030    Sedimentos= Semi Turvo


 

 

Maturação

Transferi hoje dia 29/01/2016 para o maturador. 
Maturador e mangueira sanitizados.
Vamos aguardar.
Agora estou recuperando a levedura (Próximo post + homogeneizador magnético)

  Priming e engarrafamento

Priming realisado com 8g/L de açúcar + 7 gotas de limão -> 10min de fervura.
Garrafas devidamente sanitizadas e liquido preciso engarrafado.

Refermentação e Carbonatação

 Dia 11/02/2016 foi colocado para refermentar na garrafa.

Degustação

Sem palavras... apenas perfeição!







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